sábado, 30 de outubro de 2010

Eu, o todo e os cotonetes

    Tenho observado frases muito ditas por todos, de um mesmo assunto ou não. Duas destas são: "tudo ou nada" e "ainda bem que me faço de surdo". Aparentemente, não há como relacioná-las, mas, quando tenho essa idéia de "preferir ser surdo", eu ouviria nada e, na verdade, ouço tudo, tudo mesmo. É, o nada e o tudo são vistos como noções excludentes, e isso não ocorre. Tudo pode parecer nada. Pode-se falar, falar e não chegar a lugar algum; o que é tudo para certa pessoa pode não ter o mesmo valor para outra; você pode não estar correto sobre o que parece tudo. E o nada pode ser/dizer tudo, por exemplo, quando se tem um longo silêncio após uma briga com alguém próximo.

    Bem, durante nossos dias, infelizmente, ouvimos muitas besteiras, falsas promessas, mentiras, e isso suja meus ouvidos, os entope, me faz, então, ouvir menos, podendo chegar a ouvir nada. Não! Podemos usar esses exemplos de "nada" para refletirmos, pensarmos em coisas melhores e não cometermos o mesmo que chegou a nós. Ouvir o "tudo" de novo. Por isso devemos manter nossos ouvidos limpos para escutarmos o que for possível então, para, assim, limparmos não só a sujeira, mas filtrarmos o que há de bom e/ou pensar no ruim a fim de transformá-lo, pois a destruição deste precede a construção do primeiro, o que mostra, também, a proximidade entre o bom e o ruim e entre a destruição e a construção.
 

    Enfim, o que fica é: não é só para higiene pessoal que devemos usar cotonetes, eles servem também para uma eventual absorção do todo e o saber em produção.

Por Leonardo Muniz.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pequenos grandes detalhes

    "Erasmo era um homem simples, conhecido em seu bairro, não chegava a ser tão pobre, mas trabalhava duro por sua vida. Durante a época da eleição, um famoso político lhe ofereceu um bom dinheiro para panfletar e arrumar votos. Mas ele sabia que o candidato não era confiável e se envolvia com certas coisas erradas. Então, um amigo de Erasmo, falou:
        - Aceita a proposta! É só fingir que tá fazendo algo, uma horinha por semana panfletando, ele acha que tá tudo certo e te dá o dinheiro.
Erasmo responde:
        - Se eu fizer isso, estarei me igualando a ele."

    Sabemos que sozinhos não somos capazes de mudar muitas situações. Mas gestos simples, feitos por cada um de nós, são o suficiente para mudar qualquer tipo de conjuntura. Sejam esses gestos nos meios político, social, amoroso ou qualquer outro. Assim vemos que detalhes não são tão pequenos assim...

Por Renan de Assis.

domingo, 24 de outubro de 2010

Vida em degraus

    A cada dia de acertos, você sobe um; a cada dia esquecido, em vão, se descem dois. Para chegar a um degrau acima do que já esteve, deve subir, então, três. 
    Vai ficar aí com seu egoísmo e ganância deste mundo inventado, ou com quaisquer outros valores individualistas e materiais, ou procurará o melhor para ter lugar num próximo mundo, que talvez exista e/ou talvez seja o real?
    Reflita.

Mensagem para o leitor: Como minha última postagem ficou pouco cansativa e não muito clara, segue aí um pouco do que penso de forma mais curta e objetiva. Obrigado a todos que têm lido o blog, elogiado e/ou criticado.

Por Leonardo Muniz.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Hi-a-to

    Além de significar um fenômeno de duas vogais unidas de sílabas opostas, separadas, então, paradoxalmente, hiato é sinônimo de intervalo, seja de tempo, entre pontos ou até sons. Fazendo uma ligação entre essas definições, pensamos em evolução da sociedade e, então, toma-se o seguinte: a sociedade pára no tempo, se estagna, pois, com o andar do mundo, o que temos visto é segregação e grupos como heterogêneos por classificações baseadas em regras arregadas de interesses de quem detém o "poder". Sim, tem-se a idéia de separação no mundo dito globalizado.

    Mas, deixando agora esse lado social, político e econômico, associarei o hiato com a estagnação que tem se passado por mim. Acredito que não se trate de uma estagnação evolutiva. Na verdade, é um ciclo, onde ando, ando e volto sempre ao mesmo lugar, e isso, querendo ou não, me traz experiências as quais me ajudam a crescer, sim. O que tenho encontrado é: realmente, são inúmeras as possibilidades a se seguirem na vida, mas apenas uma nos levará ao destino correto. Apenas uma.

    Bem, terá tal idéia alguma ligação com a tão questionada verdade absoluta? Sinceramente, isso vai muito além de qualquer pensamento concreto passível de discussão. O máximo que pode-se responder retoma ao "hiato global", que, talvez, esteja em vigor pelas "verdades" criadas pelos já colocados "detentores do poder". Mas creio eu que o poder real está na mão de um único também, e todos conhecemos Ele. Ele, a minha grande verdade, é para quem devo trilhar o caminho nesse intervalo chamado mundo e, outra vez, tentar, andar e, finalmente, sair deste lugar.

    É meu pensamento, é minha crença.

Por Leonardo Muniz.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Futuro do presente

    O mundo é regido por muitas leis. Algumas criadas pela natureza, ou algo acima disso, para reger o planeta. Outras criadas pela sociedade para a mesma conseguir se conter e crescer gradativamente. Mas o conceito de crescimento é algo muito relativo. A sociedade, sim, está crescendo em alguns pontos, mas outros pontos estão se transformando em decrescimento, sem que se perceba de fato. Pois a lei que traz a negatividade é a mesma que faz com que poucas pessoas percebam seus aspéctos falhos. Uma dessas leis é a Lei do Mais Forte.
    Há muito tempo percebo que a rotina transforma a vida em algo vazio. Sem inovações a cada dia.E, com a tal "Lei do Mais Forte" prevalecendo cada vez mais, me pergunto se essa rotina que algumas pessoas levam, muitas vezes visando seu futuro, vale a pena. Pensam em estudar para garantir seu trabalho. Mas, depois, pensam em trabalhar para garantir sua aposentadoria. E, alguns, depois de aposentados, pensam em abrir algum negócio próprio para garantir o pão de seus netos. E quando isso acaba? Nunca? Vivem na rotina de se esforçar todos os dias, visando sempre o melhor no futuro. Mas e o presente? Esquecem de aproveitá-lo? Vivê-lo? Todo sacrifício será válido para algo que almejamos. Só não tenho certeza se o que almejamos será válido para recompensar todo o sacrifício.

Por Renan de Assis.

domingo, 17 de outubro de 2010

Fórmula da felicidade

    Felicidade não é ter tudo aquilo que quer, mas, sim, conseguir sorrir ao fim dos dias por se satisfazer com o que se dispõe, que, acredite, não é pouco.
    Nós nascemos, recebemos luz primeiramente e, mesmo sem saber, ou não, recebemos também o amor. Luz. Vem com força, nos toma, ou melhor, nos preenche, e enche... de energia, harmonia, fé... e a negatividade é dissipada, cai pelo esquecimento. O amor. Este nos vem com o mesmo e até nos enche mais e com certas coisas inexplicáveis (e por isso as chamo de "coisas"). Então, luz e amor estão próximos, a relação entre eles já é dada ao nascimento: é pela luz que o amor se propaga e chega até nós.
    Nascer é ganhar vida; permanecer nesta é se manter os batimentos cardíacos, cuja frequência se firma, aumenta, quando se sente o amor. Entende-se, então, que sem amor não há continuidade na vida - nossa, que relação... e complexa. Complexa, na verdade, não. Podemos ver a vida de forma bem simplista: se o amor é o que nos mantém vivos, representa tanto e já vem conosco desde sempre, que nos satisfaçamos e deixemos apegos materiais, que não são carregados para uma possível vida posterior, e, assim, sorrimos e agradecemos por termos mais um dia de vida com esse amor... Feliz.

Por Leonardo Muniz.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Relevância temática

    A conversa é vaga no cotidiano: filmes, novelas, músicas, jogos, esportes... mas quando pensamos em escrever, não são esses os temas que nos vêm à cabeça. Pensamos, creio eu, em temas mais reflexivos, mais difíceis de serem debatidos. O que se faz pensar: será que os temas discutidos no cotidiano são relevantes?
    Óbvio que você se interessa por um dos temas citados. Eu também. Eles nos dão certo prazer quando citados. Mas será que mudam sua vida? Podem te dar a sensação de mudança temporária, mas nada disso modifica algo em sua existência.
    Política? Filosofia? Origem da vida? Não acho que eu seja a pessoa certa para dizer sobre o quê devemos falar para crescermos como seres humanos. E não sou. Mas sou uma das pessoas que se interessam em saber tal resposta.

Por Renan de Assis.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Conhecendo-me

Olá, prazer, meu nome é Insatisfação.
Ao acordar, não me contento com um simples bom dia,
pra me despertar de verdade necessito de um "eu te amo", cedo!
No café da manhã, não me basta leite, pão, mesa com frutas,
quero aquela pessoa vindo até mim como uma bela bandeja à cama.

Após isso, um banho me cairia bem.
Não naquele chuveiro elétrico, fechado num box,
poderiamos ter uma banheira com vista ao pôr-do-sol
ou, talvez, uma queda d'água ou riacho donde teríamos o mesmo ao horizonte.

À volta, me preparando para a batalha diária,
você bem que poderia me trazer aquele blazer perfumado
e me dar aquele beijo pra chegar relaxado ao trabalho;
Fora a certeza de que esse meu dia realmente existiu
ou, então, Insatisfação não seria apenas o nome que consta em minha certidão.

Por Leonardo Muniz

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Primeiro

    Faz muito tempo que não escrevo de verdade, sem obrigação. Tanto tempo que essa me parece ser a primeira vez. Talvez, por ser a primeira, não fique boa. Talvez, mesmo sendo a primeira, não seja inesquecível, nem desejo que seja, quero que a segunda, terceira, ..., enésima vez sejam bem melhores. Quero que minha tendência seja a melhora, pois é, por enquanto, com esse intuito que escrevo.
    Ah, quase me esqueço de outro "talvez", quem sabe, o mais importante: Talvez esse texto me sirva assim como serve um primeiro beijo, um primeiro namoro ou uma primeira transa. Quem nunca parou para se lembrar de qualquer primeira vez? Um beijo molhado mais por falta de experiência do que por paixão. Um namoro de escola, que seus pais nem sonhavam que acontecia. Hoje, olhamos para trás e vemos o quão infantil foram essas situações. Ocorrências sem experiência, sem a malícia para fazer o seu melhor. É, vendo por esse lado, é bom que eu não esqueça o que escrevi. Quero ver esse texto, daqui a alguns anos, e ver o quanto eu melhorei, o quanto evoluí. Talvez seja esse o motivo da primeira vez ser inesquecível.

Por Renan de Assis.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um

Sinceramente, senhor, não levo jeito para isso não
Sou um grande amante da música mas não é meu forte a composição
Tenho aqui folhas, caneta e um copo d'água e sua jarra
Compor é o que me resta, não tenho bateria, baixo ou guitarra
De cultura, talvez seria mais fácil gostar de livros ou cinema
Peraí! História da arte poderia ser um tema
É, pensando bem, não saberia escrever muito sobre isso
O tempo tá passando e só vejo como compor é difícil
Pensei em cotidiano, mas estamos cansados de coisas ruins
Mas também, no mundo de hoje, como falar de amor, paz e afins?
Bem, é melhor deixar pra lá ou esperar uma inspiração
Sinceramente, senhor, não levo jeito pra isso não.
Mas, vendo aqui agora, encontrei uma solução
Vou falar da própria música, afinal, esta é minha paixão
Mas por onde começar? Ai ai, isso tá começando a me cansar
É, hoje terminarei por aqui. Fui falando o que não sei mas até que escrevi
Cara, seria esta uma composição sobre composição?
Ih, sinceramente, senhor, não levo jeito pra isso não.

Por Leonardo Muniz.