quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Redenção

    Não consegui. Já voltei a escrever. Eu não sou esse cara que está em mim, no sentido de pensar apenas em trabalho para conseguir dinheiro para umas realizações e ser "feliz" pondo em jogo suas verdadeiras vontades. Não, eu sou o cara "feliz por nada". Eu me esforço pra escrever algo, por mais que pareça inútil. Quero música: o grave do baixo, solo no violão e feeling. Podem me achar um verdadeiro vagabundo, mas sinto que evoluo muito mais espiritualmente e isto reflete no intelecto. O ser humano ainda tem visão de que o saber é aquilo produzido na escola ou faculdade. Talvez por isso exista tanta gente ignorante. Há saberes e o da escola é apenas um deles.

    Escola e faculdade, de modo meio grosseiro, são papéis para se conseguir emprego e uma melhor condição. Pergunto: O cara fechado aos estudos tem maior saber que o artista de rua, por exemplo? Ambos tem capacidades intelectuais, mas o segundo não teve base alguma. É o tal do dom. Quem te parece mais privilegiado? Os papéis não querem dizer nada - quero dizer que currículo é apenas teoria. Óbvio que não minimizo a importância da faculdade e da escola. São essenciais também. Só quero fazer crescer a visão sobre os privilegiados que não possuem privilégios (socialmente falando), independente dos outros.

    Me considero privilegiado por ter família, amigos, namorada, pessoas que me apoiam, me dão amor e tento corresponder ao máximo. Isto me faz crescer. Me sinto privilegiado por ter conseguido entrar numa boa universidade e que contribui com minhas reflexões, tem participado de uma mudança, lembrando, então, sua importância. Corro atrás agora de música, literatura, imagens, arte... Quero descobrir meu dom e, assim, sentir-me privilegiado por completo. "Feliz por nada" não é a expressão que eu deveria ter usado. Espero que tenham conseguido enxergar que temos muita coisa. Vamos rever valores.

Por Leonardo Muniz.