sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quem sou eu

    Não me recordo bem, só sei que me despertei e estava nas mãos de um sujeito estranho. Eu era pequeno, indefeso e ele me deu duas palmadas, depois me entregou a uma moça que tinha um timbre de voz semelhante ao dos ruídos que escutava antes desta lembrança que comentei. Fui posto dentro de um vidro. Fiquei preso sem ter feito nada, o sujeito estranho quem me bateu e eu nem revidei! Aguardei ali e fui percebendo que pessoas passavam, me olhavam e só riam. É, senti que minha humilhação foi explanada e virei motivo de chacota.

    Pouco tempo depois, voltei aos braços da tal moça. Ela olhava e sorria pra mim de uma maneira diferente dos outros, me dava brinquedos, me alimentava, e eu fui gostando dela. Outra coisa que ela costumava fazer era me mostrar para pessoas que eu nunca nem tinha visto. Eram mais ruídos entrando na minha cabeça, sempre direcionados a mim, mas, agora, menos feios, alguns pareciam familiares até... Talvez eu estivesse começando a entender e relacionar o que se passava. Sempre senti cada coisa, mas era tão sem sentido, dava até vontade de me erguer e andar como os outros, pra fugir, ou conseguir emitir algum som pra moça, pedindo mais proteção ou questionando o que era toda essa alucinação, quem eu era...

    Aliás, quem eu sou? Quase 19 anos se passaram e ainda me desperto nas mãos de alguém. Ainda pareço frágil, aceito coisas sem contestar... Posso rir, mas ainda sou motivo do riso de alguns! Estou sendo entregue a um outro mundo, talvez outra alucinação, e aqui tenho que buscar outros braços, pois, a proteção é necessária perto mesmo de pessoas que eram comuns no meu dia-a-dia. Sons ainda se multiplicam e não sei por quais me guiar. Volto a ter sentimentos sem sentido e o que posso fazer é me mostrar para outras pessoas que nunca vi! Enfim, creio que a verdade mesmo é que devo gostar da idéia de poder me erguer e fugir... Fazer o que eu quiser para ser quem eu quero ser.

Por Leonardo Muniz.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Otimizando" o tédio

    Queria escrever sobre esse sentimento, mas ando com desânimo pra tudo. Ou pra nada, porque isso é o que parece estar disposto a mim. Ou eu que estou disposto a isso, não sei. É pouco complicado pensar em meio ao ócio, apesar de que este tempo poderia ser usado justamente para colocar a cabeça pra funcionar.

    Bem, eu sempre gostei muito de pensar. Sempre gostei também de sair para os mesmos lugares e até da longa caminhada ao trabalho ou faculdade, de ver as mesmas pessoas... Chama-se "rotina" e tem-se a idéia de que é ruim, então eu não costumava chamar minha rotina de rotina, eram simplesmente minhas atividades cotidianas. É, isso é rotina. Será que estou cansando do que me parecia o melhor dos dias? Cansando do que conquistei?

    Tenho uma resposta, que pode não ser aceita pela maioria, mas, com certeza, não é esse o cansaço! Mas sim, de não ter certas coisas que desejo, voltando a definição já dada sobre o "nada disposto". Posso me sentir só e incapaz de algumas realizações, mas tudo faz parte, também, do equilíbrio que sempre busquei. Esta parte que parece "negativa" é diferente e, como eu não largaria aquilo que já fazia parte de mim, fica paralela ao "igual". Olha aí o equilíbrio...

    E o meu dia referido como "igual"? Dia que passa ao passo das xícaras de café... A parte dele que menos sinto o tédio é a noite. Com a noite caindo, minha cabeça funciona melhor, pois, olho pra cima e vejo um infinito, vejo estrelas, a lua branquinha, sua paz, "sua" luz, sua energia, me fazendo lembrar que dentro da própria mente posso encontrar aquilo que não tenho. E antes de dormir, assim, volto a adorar minha rotina. Sempre tenho minhas reflexões deitado em meu travesseiro e, quando sinto os olhos fecharem, paro e rezo por um dia novo, que me conquiste, ou que eu o conquiste.


    Enfim, foi-se mais um dia... Mas, quer saber? Vou é me despertar e não deixá-lo morrer! Aliás... Vou ali passar mais um café.

Por Leonardo Muniz.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Trilhando

Você está imóvel
Vê tudo se movendo ao seu redor
E continua estagnado
Só pode vir do calor seus pingos suór

Esforços não mede ali
Não tem ansiedade e permanece alheio
Só espera as portas se abrirem
É assim que se põe a um meio

Assim, também, põe parte de sua vida em vão
Infelizmente se vive pra trabalhar
O que me referia antes é a vida dentro de um vagão

É só mais um empregado que nada tem
Então... Deve trilhar-se mesmo dentro de um trem.

Por Leonardo Muniz.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quero morar num iglu

    Como tenho certa repulsão a frieza nas pessoas, prefiro climas frios pra haver um equilíbrio entre meu corpo e o espaço em que me situo. Falando nisso, o frio em excesso pode fazer perder agilidade, movimentos, mas, logo, faz sobrar mais energia para meus pensamentos que permanecem em atividade.
    Bem, eu também não quero morrer de frio e, por isso, completando o desejo de morar num iglu gigante, quero levar minha família de verdade (inclui-se os amigos, claro) para unirmos nossa força, luz e, portanto, um calor ser gerado, mas um calor controlado, que entra no equilíbrio já falado.
    A busca sempre é ao equilíbrio, e sem esquecer do amor que existe entre os que carregarei, sem corações congelados. É, é um sonho mesmo e, para aqueles que vivem com a idéia de estarem vivendo um inferno, um gelo sempre é bem-vindo. Além do mais, do branco da neve tem-se a paz.

Por Leonardo Muniz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A luz das cores

    A união de todas as coisas boas com uma consequente harmonia entre elas. As cores representando cada uma das tais coisas. O verde da natureza e da esperança, o azul da água e da tranqüilidade, o amarelo da alegria, o rosa do amor... Enfim, a final junção das cores. Todas elas juntas viram o branco. A união e harmonia propiciam a paz. Então estamos em sintonia. Misturaram-se todas as coisas boas e foi recebida a paz. Misturaram-se todas as cores e o obtido foi o branco, que simboliza a paz! Bem, penso que todos podemos, assim, viver com uma só cor.

Por Leonardo Muniz.