Não me recordo bem, só sei que me despertei e estava nas mãos de um sujeito estranho. Eu era pequeno, indefeso e ele me deu duas palmadas, depois me entregou a uma moça que tinha um timbre de voz semelhante ao dos ruídos que escutava antes desta lembrança que comentei. Fui posto dentro de um vidro. Fiquei preso sem ter feito nada, o sujeito estranho quem me bateu e eu nem revidei! Aguardei ali e fui percebendo que pessoas passavam, me olhavam e só riam. É, senti que minha humilhação foi explanada e virei motivo de chacota.
Pouco tempo depois, voltei aos braços da tal moça. Ela olhava e sorria pra mim de uma maneira diferente dos outros, me dava brinquedos, me alimentava, e eu fui gostando dela. Outra coisa que ela costumava fazer era me mostrar para pessoas que eu nunca nem tinha visto. Eram mais ruídos entrando na minha cabeça, sempre direcionados a mim, mas, agora, menos feios, alguns pareciam familiares até... Talvez eu estivesse começando a entender e relacionar o que se passava. Sempre senti cada coisa, mas era tão sem sentido, dava até vontade de me erguer e andar como os outros, pra fugir, ou conseguir emitir algum som pra moça, pedindo mais proteção ou questionando o que era toda essa alucinação, quem eu era...
Aliás, quem eu sou? Quase 19 anos se passaram e ainda me desperto nas mãos de alguém. Ainda pareço frágil, aceito coisas sem contestar... Posso rir, mas ainda sou motivo do riso de alguns! Estou sendo entregue a um outro mundo, talvez outra alucinação, e aqui tenho que buscar outros braços, pois, a proteção é necessária perto mesmo de pessoas que eram comuns no meu dia-a-dia. Sons ainda se multiplicam e não sei por quais me guiar. Volto a ter sentimentos sem sentido e o que posso fazer é me mostrar para outras pessoas que nunca vi! Enfim, creio que a verdade mesmo é que devo gostar da idéia de poder me erguer e fugir... Fazer o que eu quiser para ser quem eu quero ser.
Pouco tempo depois, voltei aos braços da tal moça. Ela olhava e sorria pra mim de uma maneira diferente dos outros, me dava brinquedos, me alimentava, e eu fui gostando dela. Outra coisa que ela costumava fazer era me mostrar para pessoas que eu nunca nem tinha visto. Eram mais ruídos entrando na minha cabeça, sempre direcionados a mim, mas, agora, menos feios, alguns pareciam familiares até... Talvez eu estivesse começando a entender e relacionar o que se passava. Sempre senti cada coisa, mas era tão sem sentido, dava até vontade de me erguer e andar como os outros, pra fugir, ou conseguir emitir algum som pra moça, pedindo mais proteção ou questionando o que era toda essa alucinação, quem eu era...
Aliás, quem eu sou? Quase 19 anos se passaram e ainda me desperto nas mãos de alguém. Ainda pareço frágil, aceito coisas sem contestar... Posso rir, mas ainda sou motivo do riso de alguns! Estou sendo entregue a um outro mundo, talvez outra alucinação, e aqui tenho que buscar outros braços, pois, a proteção é necessária perto mesmo de pessoas que eram comuns no meu dia-a-dia. Sons ainda se multiplicam e não sei por quais me guiar. Volto a ter sentimentos sem sentido e o que posso fazer é me mostrar para outras pessoas que nunca vi! Enfim, creio que a verdade mesmo é que devo gostar da idéia de poder me erguer e fugir... Fazer o que eu quiser para ser quem eu quero ser.
Por Leonardo Muniz.