Sem palavras

    Sempre nos encontramos em canções e podemos até escrever algumas, mas nunca fala-se por inteiro. Estamos em constante conhecimento sobre nós mesmos e sobre o que nos cerca. Pode-se ocorrer também a "necessidade" de cortar de uma música algo que realmente mostra uma parte de você ou do que for, talvez por não estar se encaixando bem com o resto da letra, faz até certos versos, estrofes ou o refrão perderem o sentido. Outro fator é que, na maioria das vezes, a gente não sabe o que quer, mas somente o que não se quer. Enfim, tem-se ainda outras idéias, mas só tento demonstrar, com isso, que a tão indecifrável vida, onde se tem tudo que sentimos sem a possibilidade de se descrever, pode ser melhor expressa, é cifrável (?).

    Há algum gênero musical que nos dê a oportunidade de senti-la, interpretá-la voltando ao nosso interno, sem se preocupar com explicação e compreensão? Uma música que cria apenas uma atmosfera ou ambiente pra que "entremos" nela e pensemos?
    A música instrumental... Ela possibilita maior contato conosco ou com o que nos cerca, como falado ao início. Podemos viajar, chegar onde quisermos, ou melhor, podemos transcender através dela. Não desmereço aqui vocais, admiro muitos, mas trago o propósito de valorizar mais os outros componentes de um som, pois muito escuto "ah, não tem nexo se fazer bandas sem um vocal". É, ela pode responder perfeitamente as questões levantas acima. Enfim, creio que devemos lembrar a existência da música puramente instrumental e repensar sobre ela, ressaltando sua relevância e as justificativas.

Por Leonardo Muniz.

Fim do dia

Pareço estar embriagado
Não falo coisa com coisa
Fico rindo a toa
Mas, de repente, paro tudo e me calo

Pareço estar entediado
Bate um desânimo ou cansaço
Ao mesmo tempo, fico atordoado
Mas, finalmente, me vejo e reflito

Pareço bem pensante
Já deitado e não mais aflito
Tento compreender o que se passa
Minha cabeça é um viajante

Pareço ter certa sapiência, então,
Mas nenhuma resposta foi achada
Eu não sei nada, só se tem mistérios
Desisto, a cama me venceu e foi sem critérios.

Por Leonardo Muniz.

Tudo igual

    Esquecem de se erguer ao cair, preferem se lamentar. Esquecem que, com a queda, a única possibilidade é a de levantar e superar. Por que dizer "não confio mais em ninguém"? Passando por alguma desilusão já se pensa: "homem não presta" ou "mulher é tudo igual também, não sei porque falam da gente". O erro pode estar aí. Frases como "eu sabia! Nunca vai dar certo!" serão esquecidas assim que dermos chance a nós mesmos. Muitas das vezes temos em nosso lado uma pessoa diferente, uma pessoa que tem o que procuramos e que poderia achar em nós o mesmo, mas você prefere não se envolver, guardar o que sente. Ele ou ela não demonstra também o carinho e afeto porque você não teve essa iniciativa, talvez. São os dois jogando na defensiva. Os dois, então, não vão se descobrir e continuarão na mesma. O fim será igual. Melhor repensar sobre... Ou pode ser tarde demais para alguma luta.

Por Leonardo Muniz.

Água que cai do céu

A chuva nos trouxe desastres
Destruiu famílias, pertences e lares
Desmoronamentos, enchentes, movimentos de massa
Vejo a tristeza no olhar das crianças diante de tanta desgraça

Me pergunto como é possível
Insistência nos erros, nada flexível
Autoridades gastam nos reparos e não com o planejamento
Esquecem de todo apoio fornecido pelo Geoprocessamento

Do ciclo hidrológico faz parte a precipitação
A culpa vem do homem e de sua intervenção
É, não falemos de raiva da natureza
Devemos aproveitar da água da chuva toda a sua pureza.

Por Leonardo Muniz.

Tempo x tempo

O presente é eterno, é infinito
Está acontecendo agora
Ele é o agora! É o que se vive
E daqui a 10 mil anos o mesmo será dito.

O passado não é total verdade
Grande parte dela ninguém lembra
Há anos atrás eu não existia
Você também... É o que se sabe.

O futuro pode virar presente e virará passado
É, confuso, mas é o que guarda a única certeza,
Talvez. O "novo presente" alguns verão
Mas a volta a não-existência, o todo é condenado.

Por Leonardo Muniz.

Teoria das teorias

    Partindo do conceito de "teoria" (fato evidenciado ou uma especulação verificável, mas não necessariamente reprodutível), evidencia-se o fato de que elas não devem ser vistas com uma exatidão, como uma verdade, mas devem sempre ser postas em dúvida. A dúvida sobre qualquer aspecto faz pensar sobre o que nos é dito e, só com ela, consegue-se criticar e, usando a lógica, demonstrar um novo raciocínio*. Bem, acabo de teorizar superficialmente a própria teoria. Ela me parece a mais cegamente aceita. Ninguém coloca em dúvida uma teoria pelo simples fato de ela ser uma teoria, mas a julgam pela idéia que é expressa. Assim, penso que deve-se refletir melhor. Proponho a vocês que duvidem e tenham incertezas, e podem começar agora, por aqui mesmo...

* Crítica, lógica e demonstrabilidade são "os grandes princípios da ciência moderna", título de um texto para fins didáticos/ acadêmicos de Paulo César da Costa Gomes (Prof. Ph.D. da UFRJ).

Por Leonardo Muniz.

O azul

Da fonte
De lençóis
Em montes

Apesar da disponibilidade
Pagamos muito caro hoje em dia
Por falta de racionalidade
O mais importante recurso natural o homem repudia

Importante lembrar da TV e Rádio
Publicidade e propaganda
Exageram, usam a questão
Manipulam, querem dinheiro
Podiam ter o bem como missão
O bem na intenção

Ou o próprio recurso.
Subir o morro, caminhar em pedras
Ver do alto o seu curso
Seria observada a abundância do mesmo
E sua beleza faria
Termos a racionalidade sem qualquer histeria

Estudo da Terra
Estudo do ser humano
A união, troca de energia, experiência, conhecimento, sabedoria
Ainda assim não substitui o que o meio ambiente propicia

Enfim, tem-se tópicos demais para discussões
Pelo menos lembremos que a límpida serve, também, para a alma ser limpa
Ah, queria tornar possível a citação de todas funções.

Por Leonardo Muniz.

A arte das musas

    E eu sigo na tentativa de descrever o inexplicável. Assim como a felicidade, a música me proporciona uma grande mistura de sentimentos bons. Assim como o amor, ela me envolve e toma parte da minha essência. O grave de um baixo cria uma atmosfera pouco nublada, mas me traz a sensação de tempo limpo e enaltece meu respirar. A cada nota ou acorde na guitarra ou violão, um novo som me adentra espalhando a energia, um mar de tranqüilidade e meditação, reflexão e com tremenda alegria. A batida forte da bateria faz lembrar meu dia, me acorda para a vida que me espera lá fora. Fora do meu corpo, pois sou apenas consciência, consciência levada pelo som e que tenta refletir em seu corpo a arte música e sua magia.

Por Leonardo Muniz.