sábado, 30 de abril de 2011

Sobre ironia não-irônica

Ironias para o bem
Ironias para o mal
Ironias pra verdade
Ironia ideal

Um paradoxo não-paradoxal
É sua razão lógica dita
Escondida, camuflada
E nem se expõe à mentira

Inteligente, sagaz
Forma de expressão
Pensamento perspicaz
E eficaz pr'uma compreensão

Ironia não é escapatória do real
Ironia não é medo
É a coragem ao final
De fazer pensar por transmitir a idéia sem o enredo.

Por Leonardo Muniz.

Amor surdo e mudo

Pra que falar se não há ninguém no mundo capaz de entender?
O que é gritar sem ter ninguém para escutar?
Ou até mesmo agir, sem ninguém para poder sorrir...

Hoje vivo sozinho, na minha verdadeira e única solidão
Onde não se escuta o que se vê
E nem se vê o que se escuta

Tento sozinho decifrar a fórmula cega do amor
para que ela possa acabar de vez
com esse silêncio escuro

Que traga consigo a luz e o som
Para eu poder realmente ter o que falar
e poder mostrar de vez o som do meu silêncio.

Por Phelipe Yuri.

terça-feira, 26 de abril de 2011

São dois mundos a cada (Unidade Coletiva)

    O individualismo, cada vez mais, se mostra estar na essência do homem. É inegável. Apesar de os exemplos estarem mais pelas classes média e alta, até nas inferiores existe (garotos de rua, em grupo, sendo o maior deles como um "chefe", o que consegue as coisas e bate nos menores). Isso faz enxergar que o mundo em que habitamos é, sim, coletivo. Mas um coletivo de pessoas com características individuais e que, muitas vezes, não aceitam o diferente. Dentro do todo, cada ser possui um mundo não-visto pelos outros. Confunde-se a Terra com seu mundo, atitudes julgadas como boas pelo seu são péssimas para o qual me encontro. Nos chocamos, não sou aceito, nem te aceito também.

    Mundos não tidos como estranhos se unem. São laços individuais formando um grupo que se opõe a outros dentro do mundo maior e verdadeiro. É algo que se pode ver também nas mais variáveis escalas (desde um casal de namorados até um bloco econômico). Pois bem, essa necessidade da união de mundos diferentes mostra a fraqueza do ser humano individual. São dois a cada e ainda parece insatisfatório. Pede-se mais e mais, porém não se pode exagerar. Pés no chão, seja lá em quantos mundos se está. Não digo ser melhor um menor número de grupos, apenas julgo a existência, seja de 2, seja de 35. "Ok, tá falando aí, mas não traz a solução...". Claro, não há. Fica aqui apenas um relato, e o universo como uma Unidade Coletiva continua na minha idealização.
 
Unidade Coletiva é o nome de uma banda de Reggae/ Rock do RJ. Recomendo: http://www.myspace.com/unidadecoletiva

Por Leonardo Muniz.

Bom fotógrafo amador

O pouco que sei
é o bastante pra entender
são nas pequenas coisas que
a atenção devemos manter

Tenho vivido por aí
sozinho a caminhar
o tempo vai passando
e isso não deve mudar

O tempo vai passando
vejo que estou crescendo
vou com ela carregada
de longe tudo vendo

Te vendo daqui
tu és felicidade
e capturo até teu interno
são retratos da realidade

Mas parece irreal
a capacidade que tem
enquadrar pedaços da vida
é a fotografia, meu bem

Te vendo daqui
Te vendo daqui
É a fotografia, meu bem
Te vendo daqui.

Por Leonardo Muniz.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Transporte urbano

Nas grandes cidades se tem um trânsito estressante
Para empresários de sucesso e até um vendedor ambulante

Gente demais para pouco ônibus
E ainda muitos carros nas avenidas
Chegar ao trabalho, algumas pessoas são impedidas

Trabalhador por trabalhador
"Mas tu passou direto do meu ponto"
Motoristas xingados e desrespeito ao trocador
"Vem no meu lugar e faz melhor. Pronto!"

Vira e mexe é o que escuto
É presenciar o desrespeito
Melhor ser surdo?
Ou encarar essa rotina com peito?

A rotina do vira e mexe
Dentro do coletivo
Para falta de educação tem sido o motivo

Pior que se entende os dois lados, por isso joga-se um pano
População e o que é público, desarmonia num planejamento urbano.

Por Leonardo Muniz.

domingo, 10 de abril de 2011

Televisão, mídia, política e educação

    Entendo que seja impossível tratar os fatos sob todos aspectos que os compõem, seria um argumento contra certa revolta que se tem da "manipulação de informações". Outro: Jornalistas são seres humanos, impossível também de relatarem algo sem que se envolvam com o meio ou usando apenas a razão, que sejam totalmente imparciais.

    Pois bem, por que não passar só o que é empírico? E, claro, sem o sensacionalismo, que é uma característica sem explicação, da TV. Por que aceitar a impossibilidade da imparcialidade pra pôr ainda mais a fundo a sua opinião e, aproveitando que populares não têm certas visões, colocarem em suas cabeças como uma informação totalmente segura? Certas coisas são possíveis, sim, de se "ver de fora". E, falando dos populares, não se trata mais da questão da mídia. Pra falar desses pontos devem-se retornar outros dois: Educação e política.
 
    Só uma notação antes disso: Todos "imaginamos" as respostas para as indagações acima, mas tenho o intuito de não "agredir" os meios de comunicação em massa. Pelo contrário, indago tendo como partida os contra-argumentos apresentados logo no 1º parágrafo.

    Educação: Com o passar de decádas, esta, pelo setor público, decaiu. Paralelo a isso, jovens cada vez menos politizados. Será coincidência? Nem que a culpa seja da escola para os jovens, mas talvez pros seus pais que, "ignorantemente", não podem acrescentar muito ao que é passado pro filho. Isso é demonstrado pois, de geração a geração, os que nascem já se inserem num mundo onde tratar de política é chato. Então, vamos à política... políticas, na verdade, pois, tem o lado do cidadão e o lado do próprio político.

    Políticas: O cidadão politizado não deixaria levar seus ideais simplesmente por falarem algo contrário pra ele. Ele recebe a notícia, absorve, critica e é convencido ou não. Aliás, não se trata só de ideologia, mas do próprio conhecimento que ele teve, por exemplo, num lugar onde vivenciou mais que o repórter que deve fazer uma matéria por lá, ou onde era uma área de estudo dele mesmo. E a política dos políticos (não de todos)... Resumo: Políticos detêm poder sobre a população. Com isso, além de uma manipulação direta, podem mudar todo um trabalho pensado pela mídia e voltar aos interesses deles. Manipula-se o agente manipulador dos manipulados.

    É. Gente sobre gente. Desde os conflitos concretos do dia-a-dia até os conflitos abstratos vindos mesmo da filosofia. Pensem e repensem sobre a informação, ela possibilita conhecimentos, consequentemente maior visão crítica e uma posição frente aos tais conflitos, sejam na educação, na política, sobre a mídia e/ ou sobre a televisão.

Por Leonardo Muniz.

Um "sem palavras"

Não sei como passar pro papel
Tenho muito em mente
Que tema abordaria melhor agora?
A dúvida diz que não é o momento para isso.

Entre duas pessoas, o silêncio fala muito
E na música
Só seria linguagem dos instrumentos?
Não diga só.

Talvez eu não tenha nada pra falar mesmo
Mas, assim, vou continuar tentando
Escrever pra que?
Ou pra quem.

Nada com nexo isso
Como na vida tem coisas
As sem sentido dão medo?
Ah, medo se dá por todos os sentidos.

Tudo contrário para mim
Que não sei escrever eu sei
Não?
Pois bem, não sabe sem o coração.

Sem emoção
não há poesia nem canção
E, sem um refrão
não há grito em união

Gritos e silêncio como palavras, e o papel no chão?
A compreensão entre aquelas pessoas
A harmonia entre guitarra semi-acústica e percussão
Talvez estejam faltando lá mesmo, pra sua composição.

Por Leonardo Muniz.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Como ver e se (co)mover

    Cada um tem seu jeito de ver as coisas e de interpretá-las. Crianças nas ruas são vistas como pivetes por alguns, como pobres coitadas por outros. É um exemplo que se firma com a resposta dada quando uma destas chega ao seu lado no Centro da cidade e fala "tio, me dá dinheiro pra eu comprar um salgado?". Não viso julgar a resposta de cada, quero mostrar que tanto o "sim" quanto o "não" são respostas guiadas por alguma comoção.
 
    Seguindo no exemplo das crianças, a comoção para o "sim" se dá por se ver um "recém-chegado a realidade" já em precárias condições, talvez. Mas e a comoção do "não"? Me parece a "comoção do medo". Medo da cidade. Reflexo da violência, segurança, (não) liberdade, crimes, justiça, políticas, preconceito e segregação. E o que podemos fazer para mudar isso?
 
    Bem, se fosse fácil assim responder a essa questão, entrando com as aplicações de um planejamento, tudo estaria resolvido, mas cada um dos elementos citados carrega uma série de complexidades. A liberdade, por exemplo, tem consigo conceitos políticos, econômicos, sociais, filosóficos. A mudança, se possível, virá a longuíssimo prazo. Creio, na verdade, que seria necessária uma destruição de toda a cidade para um recomeço. Mas, é claro, é inviável e desumano.
 
    E... Para terminar esse texto, que tem o objetivo de não concluir nada, aproveitando o "inviável e desumano", peço: leiam, interpretem, tenham suas visões e comovam-se de alguma forma. Espero a comoção do sim para o meu texto por ser mais um relato, e penso que isto seja viável e humano... A comoção como ação.

Por Leonardo Muniz.

sábado, 2 de abril de 2011

Pequenos cientistas

    Crianças querem ser gente grande e, quando chegam perto da fase adulta, quando enxergam mais racionalmente, começam a repensar. Adultos querem ser crianças. Escuta-se muito: "É, eu não tinha preocuações, faziam tudo por mim. Agora vivo ferrado, minha saúde não é a mesma, o pique...". Mas venho apresentar-lhes uma outra visão sobre a tal vontade.

    Crianças são melhores, algumas têm cabeça mais trabalhada ainda que de adultos. Pensemos assim: Por ter menos vivência, uma criança não mente a fim de trair alguém, de passar por cima. Não mentem a fim de prejudicar qualquer relação que seja. Ela simplesmente não disfarça seus pensamentos, o que se vê como "falar sem pensar", sendo diferente de adultos, nem sempre, mas na maiora das vezes. Então, uma criança fala emoção e não razão, sendo a emoção como sentimento. E o homem é feito disto, querendo ou não, porque o sentimento é o que se sente, se dá pela sensibilidade, e até a razão que atribuímos às coisas partem dessa sensibilidade, como uma percepção. Enfim, com isso, as crianças, que nos parecem tão fantasiosas, estão mais próximas da verdade que nós e que a própria ciência, a qual luta contra a emoção, busca apenas a imparcialidade da razão. Impossível e "menos cabeça".

Por Leonardo Muniz.