Queria entender porque existe uma negação a tudo aquilo entendido como clichê. Um dia escrevi sobre amor e me criticaram falando que o dito já é sabido, mas, e aí? É invalidado por isso? Acho que não. Mas vamos ver um outro lado, deixando essa idéia apenas como ponto de partida.
Por definição, clichê é uma idéia previsível devido a sua grande frequência. Pensemos, então: Sempre que acontece a morte de um artista, por exemplo, todo mundo se sente abalado e fala que ama, que era excepcional, vai fazer falta e que a morte foi uma injustiça. Ok, esse ponto não parece legal, mas se repetirmos isso de forma mais geral, quando morrer qualquer cidadão comum? Se nos revoltassemos com um ato violento contra alguém que não fosse próximo? Associo isso a uma idéia que desejo muito se tornar um clichê: Se todos acreditarmos na utopia, ela virará sonho e, assim, poderá ser realizada. Frases-clichê passadas pelo mundo, como "basta, queremos paz", estariam mais próximas de uma concretização.
Sobre o final-clichê das novelas, o mocinho casando com a mulher amada e o vilão na prisão ou na miséria... "Ah, isso só acontece em novela!". Novelas são retratos da realidade em muitas vezes, mas por quê só enxergamos isso quando se passam cenas como brigas, preconceitos? Vou além. Se com as brigas o desfecho se dá por felicidades, seguindo uma lógica (roteiro da novela), na realidade pode ser igual (destino da vida). Enfim, é acreditar e fazer com que as "ilusões" se tornem universais para que se concretizem. Clichês poderiam vir para o bem.
Por Leonardo Muniz.
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